6 de outubro de 2016

[Resenha] Menina Má, William March.

Publicado originalmente em 1954, MENINA MÁ se transformou quase imediatamente em um estrondoso sucesso. Polêmico, violento, assustador eram alguns adjetivos comuns para descrever o último e mais conhecido romance de William March. Os críticos britânicos consideraram o livro apavorantemente bom. Ernest Hemingway se declarou um fã. Em menos de um ano, MENINA MÁ ganharia uma montagem nos palcos da Broadway e, em 1956, uma adaptação ao cinema indicada a quatro prêmios Oscar, incluindo o de melhor atriz para a menina Patty McComarck, que interpretou Rhoda Penmark.
Rhoda, a pequena malvada do título, é uma linda garotinha de 8 anos de idade. Mas quem vê a carinha de anjo, não suspeita do que ela é capaz. Seria ela a responsável pela morte de um coleguinha da escola? A indiferença da menina faz com que sua mãe, Christine, comece a investigar sobre crimes e psicopatas. Aos poucos, Christine consegue desvendar segredos terríveis sobre sua filha, e sobre o seu próprio passado também. MENINA MÁ é um romance que influenciou não só a literatura como o cinema e a cultura pop. A crueldade escondida na inocência da pequena Rhoda Penmark serviria de inspiração para personagens clássicos do terror, como Damien, Chucky, Annabelle, Samara, de O Chamado, e o serial killer Dexter.

Menina Má
William March
Editora DarkSide
272 Páginas




Sabe aquele ditado: quem vê cara não vê coração? Ele é perfeito para descrever a pequena Rhoda, com seus cabelos loiros e tranças perfeitas, o disfarce perfeito para o mal que mora dentro daquela garotinha.
Ela mora com sua mãe, Christine, no apartamento de baixo da Sra. Breedlove e o pai está sempre viajando a trabalho. Mas Rhoda é uma criança diferente das outras, metódica, organizada, autossuficiente, o que os adultos veem como qualidades da garota sua mãe vê  com desconfiança, já que a filha nunca demonstrou nenhum tipo de sentimento, apenas quando deseja algo para si mesma. Seria sua filha doente?

"Se eu der para você uma cesta de beijinhos, o que você me dá de volta?"

Mas será que a maldade já nasce conosco ou ela se desenvolve a partir da nossa criação? Essa é a duvida da mãe de Rhoda e ela começa a investigar mais sobre este assunto quando um garoto da escola de Rhoda morre em um passeio promovido pelas professoras. O garoto tinha ganhado um premio e Rhoda não estava conformada por ele ter ganhado ao invés dela, que acreditava ter ser esforçado mais. Era a obsessão dela ter a medalha que foi dada ao garoto.   

A desconfiança sobre Rhoda não é exclusiva pro parte da mãe da menina, o zelador/jardineiro/faz-tudo do prédio onde elas vivem também sente a vibe ruim que vem da garota, e gosta de provocá-la, o que não se mostra ser uma boa ideia já que Rhoda só tem a carinha de criança inocente, ela deixa bem claro que ninguém vai controla-lá ou destruir a boa imagem dela. 


Na investigação para tentar descobrir o que pode ter acontecido para que Rhoda seja deste jeito, sua mãe acaba descobrindo fatos do seu próprio passado que podem ter alguma ligação com o porque de sua filha ser do jeito que é, e essa descoberta causa grande impacto no psicológico na mãe de Rhoda, Christine.

 “(...) Rhoda foi amada e teve segurança desde pequena. Nunca foi negligenciada, nunca foi mimada. Nunca foi tratada de forma injusta. Kenneth e eu sempre fizemos questão de lhe mostrar como ela era importante e querida para nós. Não entendo sua cabeça nem seu caráter. Não entendo. Qualquer que seja o problema, não acho que isso tenha vindo do ambiente em que ela cresceu. Deve ser algo mais profundo do que isso. Deve ser alguma coisa sombria. Alguma coisa sombria e inexplicável”


A edição e diagramação deste livro são maravilhosas, eu sou bem suspeita pra falar de qualquer livro da Darkside, que é a minha editora favorita e não canso de repetir. O livro em si é bem gostoso de ler, apesar de que em alguns pontos ola aquele enchimento de linguiça básico, mas nada muito maçante. Rhoda acaba se tornando um personagem secundário em algumas partes, porque como o título original (Bad SeedSemente do Mal) propõe, seria a mãe a culpada por Rhoda ser como é. 



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